2016


1º dia Porto – Pamplona - 730 km

Tirada directa a Pamplona com breve paragem em Valladolid para petiscar umas tapas e matar a sede. Pamplona, para além de ponto de partida e chegada desta Volta aos Pirenéus revelou-se uma cidade moderna e agradável, o centro histórico cheio de restaurantes e bares, ideal para quem gosta de “tapear” à boa moda espanhola.

2º dia Pamplona – Luz-Saint Sauveur – 299 km

Segui pela N-240 ao longo do Rio Aragón, passando por Jaca e Formigal até ao Col du Pourtalet (1794m) já em França. A partir de aqui entra-se no Parque dos Pirenéus e na beleza da cadeia montanhosa, a estrada serpenteando por entre os vales vêem-se as povoações e alguns lagos. O próximo é o Col d’Aubisque (1709m) local onde se vive o ciclismo e incontornavelmente o espírito do “Tour de France”. As previsões meteorológicas dos últimos dias confirmavam-se: céu limpo e sol o que significou calor em excesso na casa dos 30ºC. Significava sacrifício para os muitos ciclistas que por lá treinavam mas também para os motociclistas aquecidos pelo equipamento e calor dos motores. Mas quem corre por gosto não cansa… Prosseguindo viagem segue-se Argelès-Gazost uma pequena e agradável cidade virada para as actividades de montanha e termalismo, terminando o dia em Luz-Saint Sauveur outra pequena localidade no vale dos Altos Pirenéus com diversas actividades de esqui, canoying, caminhada, termas e claro o ciclismo. Desta localidade pode-se visitar o Cirque de Gavarnie (UNESCO World Heritage), que ficará para uma próxima oportunidade.








3º dia Luz-Saint Sauveur – Bagnères de Luchon – 208 km

Poucos quilómetros depois, passa-se por Barèges outra localidade para termas e esqui e então começa-se a escalada ao Col du Tourmalet (2115m). Parece que chegamos a um território de ciclistas, motociclistas e auto-caravanistas, os restantes estão em minoria. A subida é impressionante e dificultada pelas curvas em cotovelo. Os ciclistas, de todas as idades, algumas ciclistas também, espalham-se ao longo da estrada, pelas duas vertentes, em claro esforço. Para comemorar a passagem (Col) alguns ciclistas fazem umas palhaçadas, sacam uns cavalos, cumprimentam-se e no final tiram a foto da praxe junto à placa. Os restantes, nada se sacrificaram para atingir a passagem, ficam-se pelas fotos. Já na descida, em La Mongie, encontra-se uma enorme área residencial e hotéis destinada aos adeptos de desportos de inverno que por razões óbvias parecia quase abandonada, não fossem algumas lojas e cafés abertos. A estrada até ao Col D’Aspin (1490m) é muito sinuosa mas agradável sempre num cenário verdejante, ficando os cumes com algum gelo já mais distantes. O calor continuava a não dar tréguas, paragem forçada em Arreau para beber uma Grimbergen e prosseguir viagem por Bagnères de Luchon em direcção à D125 depois à D44 por Boutx até ao Col de Menté (1349m), uma estrada magnífica para rolar de moto com imensas curvas em cotovelo, já num ambiente diferente, ladeado por montanhas verdes e total ausência de neve. Segue-se o Col de Portet D’Aspet (1069m) este sem a mesma atracção dos anteriores e regresso pela estrada D618 voltando à D125 até Bagnères de Luchon para jantar e dormir.













4º dia Bagnères de Luchon – Pamplona – 363 km

O dia amanheceu cinzento e com neblina. Se não tivesse visto os Pirenéus nos dias anteriores, quentes mas limpos, iria ser uma decepção como se constata no Col de Peyresourde (1563m). Como tinha mais quilómetros a percorrer neste dia até acabou por não ser pior embora tivesse planeado inverter todo o trajecto para disfrutar dos Pirenéus nos dois sentidos. Na subida ao Col du Tourmalet, volta o sol e céu limpo, as nuvens ficaram abaixo. O tempo volta a piorar, descubro no meio do nevoeiro o Col du Soulor (1474m) que não tinha visto à ida, a visibilidade torna-se reduzida a 20/30 metros numa estrada estreita, os ciclistas continuam a pedalar em sacrifício até ao Col D’Aubisque e eu também com receio de atropelar algum. Curiosamente fui voltando a encontrar algumas pessoas em diferentes locais, sinal que estão ali para fazer mais que uma passagem e muitos vão em grupo assistidos por furgões com equipamento e mantimentos. À medida que se vai descendo até Eaux Bonnes o tempo volta a melhorar chegando de volta ao Col du Pourtalet, na fronteira, com tempo limpo e calor de volta aos 30ºC. Regresso pela A-136 ao longo do Rio Gállego entroncando de novo na N-240 ao longo do Rio Aragón. À chegada a Pamplona o tempo muda rapidamente, aparecem nuvens negras e alguns aguaceiros que não retiram o brilho dos Pirinéus deixados para trás.




5º dia Pamplona – Porto - 720 km

Mais uma longa etapa sem história, paragem em Valladolid para almoçar, prosseguindo viagem até Portugal e atestando o depósito no ultimo posto de abastecimento do lado espanhol. Mera coincidência ou não estavam 4 carros portugueses a fazer o mesmo...

Total dias: 5
Total percorrido: 2.320 Km